Polícia desarticula grupo criminoso que planejava matar agentes de segurança, integrantes do Judiciário e do MP
- 17/11/2025
- 0 Comentário(s)
Um grupo criminoso que planejava atentados contra agentes da Polícia Civil, do Ministério Público e do Judiciário foi desarticulado na manhã desta segunda-feira (17), em Novo Hamburgo. Vídeos e prints de conversas obtidos pela polícia mostram a preparação dos bandidos, que segundo a investigação, tinha como alvo principal um magistrado do Rio Grande do Sul. Até o momento, 10 pessoas foram presas. Os nomes dos detidos não foram divulgados pela polícia.
O conteúdo das mensagens inclui a busca pelo endereço e a divulgação da foto das vítimas. Diante dos fatos, a polícia reiterou que seguirá em atenção permanente:
— Não será tolerado esse tipo de conduta no Estado. Qualquer menção a atentados contra autoridades envolvidas no trabalho de combate ao crime organizado será devidamente apurada, para que os envolvidos sejam exemplarmente responsabilizados nos termos da lei — afirma o delegado Carlos Henrique Wendt, diretor geral do Denarc.
Planejamento de atentados
Durante as investigações, foram captadas conversas sobre planejamento de atentados contra autoridades públicas. A polícia identificou que a organização criminosa, sediada no Vale do Sinos, tem ligação com chefes de facções estaduais já indiciados e presos em 2019, no âmbito da Operação Borgata, responsável por identificar e indisponibilizar cerca de R$ 10 milhões incluindo imóveis e carros.
De acordo com o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações, a operação desta segunda-feira é importante na medida em que atinge operadores da alta cúpula do narcotráfico gaúcho, além de dar uma resposta eficaz contra qualquer tipo de tentativa de violência contra autoridades públicas.
Os crimes imputados são os de coação no curso do processo (relacionado com o planejamento dos atentados), organização criminosa, lavagem de dinheiro e narcotráfico.
Esquema de lavagem de dinheiro
Intitulada Operação Sentinela, a ofensiva é coordenada pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/Denarc) e Divisão de Inteligência (Dipac/Denarc). O esquema investigado constituía um núcleo logístico e financeiro voltado ao narcotráfico.
Conforme a polícia, o grupo criminoso realizou movimentações financeiras que podem ultrapassar R$ 3 milhões. O valor teria sido movimentado pela quadrilha em aproximadamente um ano.
Crimes investigados
- Organização criminosa
- Lavagem de dinheiro
- Coação no curso do processo*
- Narcotráfico
*Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral
No cumprimento da ação, foram deferidas 29 medidas cautelares. Entre elas:
- Sete prisões preventivas
- Oito mandados de busca domiciliares
- Sete bloqueios de contas bancárias
- Sete veículos com ordem de indisponibilidade ou mandados de busca e apreensão
Cerca de 70 policiais civis participam da ação.
A organização criminosa operava a lavagem de capitais no sistema financeiro, bem como inserção de ativos ilícitos na economia formal por meio da compra de veículos de alto valor como BMW, Audi, Toyota Hilux e Jeep Compass.
As movimentações no sistema bancário eram mediante dissimulações estruturadas, pulverizações, fracionamentos, triangulações, uso de contas de terceiros e contas de passagem, além do uso de pessoas jurídicas.
— Verificamos no sistema financeiro a inserção, ocultação, dissimulação de contas de passagem, uso de laranjas, mulas monetárias, espelhamento de contas e entradas e saídas rápida de valores. Trata-se de uma lavagem de capitais muito sofisticada e no bojo da investigação esse planejamento de matar agentes públicos — explica o delegado Adriano Nonnenmacher.
Periculosidade de criminosos ensejou regime de prisão diferenciada
Segundo o delegado Rafael Liedtke, pelo menos três dos suspeitos presos nesta segunda-feira serão encaminhados à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Além disso, devem cumprir Regime Disciplinar Diferenciado por um prazo inicial de 90 dias. A medida impõe uma série de restrições dentro do estabelecimento prisional.
— Já são indivíduos bastante conhecidos da Polícia Civil pelo histórico criminoso de envolvimento com crimes graves como homicídios qualificados, roubos a mão armada e tráfico de drogas — analisa Liedtke
Fonte: GZH





















