Inaugurada usina capaz de produzir 12,5 mil botijões de gás por dia a partir do lixo no RS

  • 16/09/2025
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Inaugurada usina capaz de produzir 12,5 mil botijões de gás por dia a partir do lixo no RS

Foi inaugurado, na tarde desta segunda-feira (15), um empreendimento inédito no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma usina, localizada em Minas do Leão, na Região Carbonífera, destinada a transformar o lixo doméstico descartado em quase uma centena de municípios em biometano, um gás capaz de gerar energia, servir como combustível e abastecer indústrias gaúchas (entenda, no fim do texto, como o lixo é transformado em gás).

O lançamento da planta industrial contou com a presença dos empreendedores, de políticos locais e do primeiro escalão do governo gaúcho, como o governador Eduardo Leite, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e outros secretários.

A usina responsável por realizar a conversão de resíduos em gás valioso é a primeira planta de produção de biometano localizada em um aterro sanitário no Estado. A unidade fica em uma área da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) e é fruto de uma sociedade entre o grupo Solví, controlador da CRVR, e a Arpoador Energia. Chamada de Biometano Sul, a iniciativa tem potencial para gerar o equivalente ao conteúdo de 12,5 mil botijões de gás de 13 quilos ao dia.

A unidade, implantada graças a um investimento de R$ 150 milhões, tem impacto estratégico e ambiental. O aproveitamento do material resultante da decomposição do lixo deve evitar a emissão de cerca de 1 milhão de toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera ao longo de 15 anos — o equivalente ao nível de poluentes gerados anualmente por uma cidade de porte médio.

Além disso, o biometano produzido de forma regional equivale ao gás natural que, hoje, os gaúchos precisam importar por meio do gasoduto Brasil-Bolívia. Contar com uma fonte interna reduz a dependência do material importado.

— A Biometano é a prova de que (…) estamos mudando rapidamente a forma com que nos relacionamos com os impactos que deixamos no planeta. É um passo de tantos outros que a empresa dará pela sustentabilidade do Estado — declarou o diretor-presidente da CRVR, Leomyr Girondi.

O governador Eduardo Leite destacou a importância desse tipo de inovação vinculada à proteção do ambiente para os gaúchos:

— Ao conseguirmos esse investimento, se consolida a posição de destaque do Rio Grande do Sul no tratamento de resíduos — complementando que a iniciativa contou com benefícios estaduais como o Fundo Operação Empresas do Estado (Fundopem), programa que dá incentivo de ICMS a indústrias.

Próximos passos

A partir do lançamento da unidade em Minas do Leão, onde é depositado o lixo de 85 cidades (inclusive a Capital) devem ser inauguradas novas plantas nas demais quatro unidades da CRVR no Estado — em São Leopoldo, Santa Maria, Giruá e Victor Graeff, que recebem, ao total, rejeitos de 318 municípios. A unidade em São Leopoldo, onde estão sendo investidos outros R$ 100 milhões, deve ser a próxima.

A intenção do grupo é gerar 250 mil metros cúbicos de biometano por dia até 2030, o que representa 10% do consumo atual de gás natural no Rio Grande do Sul.

Como o lixo vira biometano

A decomposição de resíduos orgânicos depositados em aterros como o de Minas do Leão (que atende grandes municípios, inclusive Porto Alegre) gera um material chamado biogás — composto em pouco mais da metade por metano, cerca de um terço por gás carbônico, e o restante por outros elementos. Esse biogás, ao passar por um processo de depuração, resulta em uma composição com mais de 90% de metano, o que torna o produto equivalente ao gás natural fóssil utilizado para abastecer veículos ou em processos industriais.

Entenda o processo:

Em Minas do Leão, cerca de 5 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos são depositadas a cada dia em um aterro sanitário. Os materiais preenchem, aos poucos, uma cava com 50 metros de profundidade.

Dessas 5 mil toneladas, cerca de 50% correspondem a material orgânico que, ao se decompor, produz o chamado biogás — cerca de 55% metano, 35% gás carbônico e 10% de outros elementos.

O biogás é captado por meio de “poços” que sugam o produto e o conduzem a uma rede de tubulações sobre o aterro sanitário. Essas tubulações levam o gás até a planta de biometano.

Ao chegar à usina, é reduzida a umidade do biogás, e são feitos ajustes de temperatura.

O gás carbônico e os gases residuais são removidos, restando uma alta concentração de metano (superior a 90%) — o chamado biometano.

O biometano é comprimido e encaminhado para pontos de carregamento, onde enche cilindros e pode ser transportado ao consumidor final. O principal foco do projeto é atender o parque industrial gaúcho.

FONTE: Gaucha ZH

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