A incrível história da mulher que não se molhava e se alimentava de flores
- 25/08/2025
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Durante as aulas de Arte, as turmas de 4º e 5º anos do Centro Municipal de Ensino Fundamental – Unidade Frei Caneca de Porto Mauá, realizaram um mergulho no folclore local, explorando histórias, lendas, causos e contos antigos que marcaram a cidade. Através de relatos de moradores e memórias passadas de geração em geração, as crianças conheceram narrativas que foram vivenciadas ou transmitidas oralmente, fortalecendo a conexão com a própria cultura e identidade regional.
Este trabalho não apenas valoriza a tradição oral e o patrimônio cultural de Porto Mauá, mas também incentiva a criatividade, a pesquisa e o registro de conhecimento, promovendo um aprendizado ativo e significativo.
Ao produzir este jornal informativo, os estudantes se tornaram pequenos cronistas, preservando e compartilhando as histórias da cidade de forma que possam ser conhecidas e apreciadas por todos. Trabalhar com lendas da nossa própria região, em vez de se concentrar apenas em contos distantes de outros estados, possibilita que as crianças reconheçam e valorizem a riqueza cultural local, promovendo um sentimento de pertencimento e orgulho pelas raízes da comunidade. Veja abaixo um destes casos:
𝗢 𝗠𝗜𝗦𝗧É𝗥𝗜𝗢 𝗗𝗔 𝗠𝗨𝗟𝗛𝗘𝗥 𝗗𝗘 𝗕𝗥𝗔𝗡𝗖𝗢 𝗘𝗠 𝗣𝗢𝗥𝗧𝗢 𝗠𝗔𝗨Á
Entre o sagrado e o enigmático, histórias que atravessam gerações ainda permanecem vivas na memória da cidade Lenda ou verdade? A mulher, andarilha, que não se molhava na chuva e se alimentava de flores. Um mistério que marcou Porto Mauá.
Nas ruas tranquilas de Porto Mauá, entre memórias guardadas e histórias contadas de geração em geração, existe a lenda de uma figura enigmática: a Mulher de Branco, conhecida por muitos nomes; Santa Clara, Santa Bárbara, Santa de Branco ou simplesmente a andarilha misteriosa.
Ninguém sabia de onde vinha nem para onde ia. Era andarilha, benzedeira, e, ao mesmo tempo, um enigma. Surgia de repente nas casas, hospedava-se em silêncio, e partia da mesma forma: sem que ninguém percebesse sua saída.
Relatos de moradores contam que ela usava sempre um vestido comprido, os pés descalços e um lenço branco na cabeça. Ainda assim, seus pés estavam sempre limpos, mesmo depois de longas caminhadas. Caminhava na chuva, mas nunca se molhava.
Na casa de dona Célia (in memoriam) , um dos locais onde se hospedou, lembram que ela desapareceu sem ser ouvida, como se o vento a tivesse levado. Outro detalhe que marcava sua presença: ela se alimentava de pétalas de rosas, de preferência brancas. Além das bênçãos que fazia, também dizia palavras que pareciam prever o futuro e alguns relatos confirmam que aquilo que ela falava realmente aconteceram.
Em uma de suas passagens, entregou uma fita a uma pessoa da comunidade com um verso que até hoje intriga quem o lê: “Santa Clara não quer vingança, no meio do mato arrumava sua cama entre as feras…” Nas suas falas, reforçava: “Nunca devemos querer vingança…
A mulher que muitos viam como santa também foi julgada como alguém ligada ao anticristo. Mas quem teve a oportunidade de conhecê-la guarda até hoje uma certeza: sua presença não passava despercebida.
Até hoje, sua história continua viva na memória dos moradores.
Alguns a recordam com devoção, outros com dúvida. Mas todos concordam em uma coisa: a Mulher de Branco de Porto Mauá não era uma simples andarilha. Era mistério, fé, medo e esperança, tudo em uma só figura.
Texto Escrito por: Professora Barbara Julie Staniek
Enviado por Vilson Winkler
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