Hospital de Caridade de Palmeira das Missões alerta para aumento de casos respiratórios em bebês
- 01/07/2025
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Com a chegada do inverno, doenças respiratórias voltam a preocupar autoridades de saúde e famílias em todo o Rio Grande do Sul. Em Palmeira das Missões, o sinal de alerta já está ligado. Nas últimas semanas, casos de bronquiolite em bebês mobilizaram o sistema de saúde local. Somente neste mês de junho, até o dia 25, quatro crianças foram internadas com a doença, duas delas precisaram ser transferidas para hospitais com estrutura mais complexa, uma por transporte aéreo, diante da distância e das condições das estradas.
Embora o transporte aeromédico possa chamar atenção, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) explica que esse tipo de deslocamento é um procedimento comum em situações que exigem acesso rápido a leitos de UTI, especialmente quando há longas distâncias ou vias precárias. A logística é organizada pelo Estado e está dentro do fluxo regulatório normal.
Importante destacar que os hospitais com atendimento regulado e que integram a rede SUS estão com as UTIs lotadas devido ao aumento dos casos respiratórios. A busca por leitos é feita tanto pela instituição quanto pelo Estado, e nesta época do ano essa tarefa se torna ainda mais difícil, considerando o crescimento da demanda e as internações em hospitais que são referência em UTI Neonatal e Pediátrica.
O Hospital de Palmeira das Missões registrou aumento expressivo nos atendimentos pediátricos por doenças respiratórias:
Bronquiolite
Maio: cerca de 9 internações
Junho (até dia 25): cerca de 4 internações
Faixa etária: crianças de 1 mês a 1 ano
10 meninos e 3 meninas internados
Broncopneumonia:
Maio: 1 internação
Junho: 4 internações
Faixa etária: 1 mês a 11 anos
3 meninos e 2 meninas
Pneumonia (em adultos):
Maio: 17 internações
Junho: 10 internações
Faixa etária: de 15 a 90 anos, com maior incidência entre idosos de 70 anos
14 homens e 13 mulheres
Estado amplia resposta com telemedicina pediátrica
Entrou em funcionamento na terça-feira, 24, o Programa de Telemedicina Pediátrica e Neonatal, desenvolvido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) para melhorar o encaminhamento e o manejo de casos pediátricos durante o período de maior incidência de síndromes respiratórias, como a bronquiolite, neste inverno.
O programa atua na avaliação dos cadastros inseridos no sistema de regulação hospitalar (GERINT), facilitando decisões sobre internações e transferências para UTIs neonatais, pediátricas e enfermarias pediátricas. Médicos especializados em Medicina Intensiva Pediátrica prestam suporte às equipes hospitalares, orientando sobre o atendimento e oferecendo auxílio técnico. Essa assistência pode ocorrer tanto por demanda das unidades quanto de forma proativa, com contato direto das equipes de telemedicina para garantir as melhores condutas clínicas.
Suelen Arduin, diretora de Regulação da SES, destaca a importância do programa diante do cenário epidemiológico da síndrome respiratória aguda grave no estado, principalmente durante o inverno, quando ocorre o pico sazonal dessas doenças. “Estruturar ações que assegurem assistência qualificada é fundamental para garantir a melhor evolução dos pacientes”, explica.
Segundo Suelen, o programa é especialmente relevante para municípios que não dispõem de pediatras com experiência no tratamento das manifestações mais graves das doenças respiratórias em crianças. “O manejo adequado reduz a necessidade de transferências e internações em leitos de terapia intensiva, além de melhorar os resultados clínicos”, ressalta.
Desde sua criação, o programa tem contribuído para manter a qualidade do atendimento pediátrico e evitar o aumento desnecessário da mortalidade infantil nas faixas etárias mais vulneráveis.
Em 2024, o programa ampliou sua atuação, registrando um aumento significativo nas solicitações de transferências para terapia intensiva neonatal, UTI pediátrica e enfermaria pediátrica, em relação ao ano anterior. No período de 120 dias, foram realizadas 1.440 horas de atendimento especializado, com 1.438 pacientes acompanhados por telemedicina, monitorados continuamente pela Central de Regulação Hospitalar.
O fluxo de atendimento da UTI pediátrica funciona com uma rotina diária: um telefonista da regulação médica lista no sistema todos os pacientes que aguardam transferência e que estão cadastrados no GERINT. Em seguida, os médicos teleconsultores fazem contato com as equipes médicas das unidades solicitantes para troca de informações e apoio diagnóstico ou terapêutico, sugerindo as condutas mais adequadas. O médico da telemedicina registra o atendimento e atualiza a prioridade no sistema, comunicando também o médico regulador da Central.
Essa integração entre equipes e o uso da telemedicina tem sido fundamental para garantir respostas rápidas e eficientes aos casos graves, contribuindo para a redução da pressão sobre as UTIs e melhor atendimento às crianças que enfrentam complicações respiratórias durante o inverno.
Orientações para os pais e familiares
A bronquiolite é uma infecção viral que inflama os bronquíolos (pequenas vias respiratórias dos pulmões) e pode evoluir rapidamente, especialmente em crianças pequenas. Os principais sintomas são tosse, chiado no peito, febre e dificuldade para respirar.
Pais e responsáveis devem ficar atentos aos sinais de agravamento e procurar atendimento médico imediato em caso de respiração acelerada, gemência, dificuldade para mamar ou sinais de cansaço excessivo.
A equipe do Hospital de Caridade de Palmeira das Missões, além de fazer este alerta sobre as doenças respiratórias, também explica como funciona os casos que precisam de UTI neonatal ou pediátrica.
–Há um sistema de regulação, o Gerint, em que se faz a busca por leitos e sua disponibilidade nas instituições hospitalares, e observamos, neste mês, que está havendo uma superlotação nas UTIs, o que dificulta, muitas vezes, a transferência de alguns casos para serviços de alta complexidade quando necessário.
As equipes são incansáveis neste processo, que preocupa quando há crianças com quadro mais agravado. Então, pedimos à população que seja cuidadosa com suas crianças, evitem exposições e contatos, principalmente com pessoas que estão apresentando sintomas gripais. E procurem atendimento, tanto na rede básica quanto no hospital, com um profissional, ao identificar algum sintoma, para que o tratamento seja ofertado com brevidade–, explica a equipe do HC.
FONTE: Jornal Tribuna da Produção
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